Não sei bem porque eu andava sozinho. Talvez a timidez afastava as pessoas, ou, sei lá, eu realmente gostava de ficar alone pelos corredores da escola. O “engraçado” é que nas aulas de inglês/português era diferente. Eu era o aluno que mais interagia, conversava com o professor e com os alunos da minha sala. Eu dominava o assunto, ou seja, todos me procuravam para pedir ajuda. Mas era só isso.
Rolava festa na cidade ou na casa de colegas da escola e eu nunca era convidado. Logicamente, ficava bem mal.
A verdade é que naquela época do colegial eu era muito complexado com algumas coisas. Sempre era o mais gordinho, o mais bobão, o mais imaturo e o mais nerd. Eu me achava inferior aos outros por saber que eles tinham o corpão, iam à todas as festas da cidade e bla bla bla.
Hoje tudo mudou. De verdade. Não me preocupo mais com popularidade, pois os meus amigos suprem essa necessidade de ser reconhecido. Também não me importo com o que acham do meu corpo. (Tô caminhando/correndo enlouquecidamente e comendo como gente normal para ter um corpo bacana, mas sem pressões…)
O fato é que viver uma adolescência meio que sozinho me fez perder aquela vontade de sempre estar rodeado de pessoas. Tipo: hoje eu não faço questão de ir à uma festa com muita gente ou até mesmo de ir ao cinema. Aprendi a gostar da minha própria companhia e fazer valer à pena tudo, independente de ter ou não milhares de pessoas ao meu lado.
Por um lado tudo isso pode ter me deixado acomodado com a solidão, mas, também me ensinou a não depender demais da atenção dos outros para realizar algumas coisas… Um dia, talvez eu dia, eu queria de verdade sempre andar acompanhando com um milhão de pessoas, mas, desde o colegial, estou bem dividindo meus momentos de profunda solidão e aqueles de profunda baderna com os meus poucos amigos!
Eu também não era popular no colegial e nem fazia questão de ser. Tinha uns poucos e bons amigos e isso me bastava. Às vezes, muuuito de vez em quando mesmo, tinha vontade de ter um monte de amigos festeiros que não me deixassem ficar em casa num sábado à noite, mas isso passou também. Você resumiu bem: a gente aprende a apreciar a própria companhia!
Ótimo texto!
Beijo
Eu tb sempre fui muito isolada no ensino médio. Ficava triste, chateada, mas me acostumei com o tempo e acho que toda solidão que sofri na adolescência me fez uma pessoa melhor.
Eu hoje sou professora e dou aula para adolescentes e toda minha experiência me faz ter um olhar diferente com aqueles que são excluídos. Acho que tudo tem um motivo de ser…
Bjus e carinhos, fica com Deus
Eu acho ótimo saber quando as pessoas tiveram uma adolescência que os outros julgam "ruim" ou "diferente" e isso fez delas um adulto mais feliz consigo mesmo. Comigo foi/é assim e as pessoas se chocam, como se eu tivesse que me arrepender da adolescente não popular e tímida que eu era, mas na verdade me orgulho dela, ela me fez ser quem eu sou hoje.
E pelo o que eu li você passou por tudo super bem também. Mesmo que na época seja ruim (e como!) depois vem essa parte boa de se amar mais e se importar menos com o que não deve!
Esse post me prometia algo deprimente, quando comecei a ler, mas você fechou com chave de ouro. Com certeza são essas coisas que nos fazem ser quem somos. Grças a Deus você não é alguém desesperado por atenção, pois conheço milhares assim e isso não é nada legal.
Beijos; Tudo Tem Refrão